quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Folha de SP muda verbete "Ética"; novas regras para "jabá" passam a valer no jornal

Eleonora de Lucena, editora executiva da Folha, acabou de divulgar as novas regras para "jabá" dentro do jornal. Justiça seja feita, como diz minha fonte, a Folha dá de lavada em vários veículos por aí quando se fala em jabá.... Leia a íntegra do e-mail abaixo.

"Com o objetivo de ampliar a transparência da Folha em relação a seus leitores, o jornal modifica o verbete "Ética" do "Manual da Redação" (pág. 42). Abaixo está o texto que passa a vigorar. Os acréscimos definidos agora estão em negrito.

Ética – O jornalista da Folha deve pautar sua conduta pela preocupação de seguir os mais altos princípios éticos da profissão, que incluem nunca usar sua condição de jornalista para obter vantagens pessoais e não escrever sobre assuntos em que tenha interesses pessoais diretos.
Editora-executiva

Nova redação do verbete “Ética” do “Manual da Redação”
Para evitar real ou aparente conflito de interesse, o jornalista da Folha não deve possuir ações de empresas sobre as quais escreve com regularidade. A recomendação vale para todos os profissionais, não apenas para aqueles que cobrem o mercado financeiro. Por exemplo, jornalistas que cobrem saúde não devem ter ações de planos de saúde, quem cobre o mercado imobiliário não deve manter ações de construtoras.

O jornalista da Folha deve obrigatoriamente alegar impedimento e recusar pautas sobre empresas e demais organizações com as quais tenha algum tipo de relacionamento.

Qualquer convite que receba na condição de jornalista da Folha deve ser objeto de consulta a seu superior imediato antes de ser aceito. O jornal não se compromete a publicar textos sobre assuntos do interesse de quem convida; critérios exclusivamente jornalísticos devem decidir o que será aproveitado.

Devem ser submetidos à Direção de Redação convites para viagens, colaboração com outros veículos de comunicação, participação em conferências, seminários, cursos, bolsas de estudo, estágios. Serão vedadas participações em eventos quando houver real ou aparente conflito de interesses.

Em muitos casos, a presença de um jornalista pode alterar a rotina de funcionamento de um determinado serviço ou evento. Ao testar os serviços de um restaurante, por exemplo, é conveniente que o repórter permaneça no anonimato e obrigatório que pague sua conta. De outro modo, sua avaliação poderia ficar comprometida por um atendimento especial ao qual seu leitor não teria acesso.

No caso de viagens, quando o convite é aceito e resulta em texto publicado, o jornal informa com clareza que o jornalista teve suas despesas pagas pelo patrocinador.

O jornalista da Folha não deve participar de anúncio comercial. Fica facultada, porém, a possibilidade de atuação em anúncios de campanhas de interesse público, com autorização prévia da Direção de Redação.

O jornalista da Folha não deve aceitar presente de nenhuma espécie ou valor, incluídos itens materiais ou eventuais descontos especiais em estabelecimentos comerciais ou industriais. Todo presente enviado ao jornal ou à casa do jornalista deve ser encaminhado à Secretaria de Redação para devolução, com carta padrão de agradecimento e explicação. Ficam de fora dessa determinação produtos destinados a divulgação e avaliação crítica, como cópias de discos, DVDs, livros e softwares.

É proibido ao jornalista da Folha pedir ingresso para eventos culturais, como shows e peças de teatro. Sempre que possível, a Folha pagará pelo ingresso dos profissionais que forem cobrir tais eventos. No caso de shows em que há áreas exclusivas para jornalistas, o jornal pode solicitar o credenciamento.

Em encontros de trabalho com fontes em restaurantes ou cafés, o jornalista da Folha deve pagar sua parte na conta. O jornal reembolsará o profissional mediante aprovação de seu superior."

4 comentários:

Mariana disse...

Hum... As regras me parecem perfeitas, mas isso é minimamente cumprido??
;)

Anônimo disse...

A gente fala sério vai?! Todo mundo sabe que isso não funcionará na prática. Jornalista é jabazeeeeeeeiro mesmo!!!!
VC

Anônimo disse...

oi Kio, valeu por me mandar o link do teu blog :) gostei muito! um abraço, Fran (prima da Silvana)

Anônimo disse...

Concordo com algumas das coisas que ela afirmou, mas acho que esse novo conceito de ética do manual deles está exagerado demais.
Trabalho em assessoria de imprensa e mandamos diversos produtos de clientes porque queremos que o jornalista conheça quais são os lançamentos para a empresa, e não porque queremos algo em troca de fato.
Se depender deles, não há mais relacionamento com a imprensa!