A expressão "engolir a fita" é usada nas situações em que o entrevistado tenta desmentir o jornalista, negando suas afirmações publicadas.
Antes de enviar uma carta à redação do jornal negando o conteúdo publicado, muitos assessores de imprensa confirmam (várias vezes) com o entrevistado "injustiçado" se: 1. o que saiu foi mesmo dito; 2. se a entrevista foi gravada.
É comum o entrevistado mentir para o assessor (não se pode afirmar que é o aconteceu neste caso), por pressão do superior, amigos e colegas de trabalho - sem deixar de lado o esquecimento mesmo. É o famoso "eu jamais diria isso!".
O jornalista, quando é precavido e grava suas entrevistas, tem seu momento de fazer o entrevistado "engolir a fita".
Abaixo, a carta publicada na Folha em 29/10/08
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2910200810.htm
Seqüestro
"É completamente falsa a notícia de que o Gate não teria autorização do governo do Estado ou da Secretaria da Segurança Pública para tomar qualquer decisão durante o seqüestro da menina Eloá ("Governo não autorizou tiro em Lindemberg", Cotidiano). Durante este e outros casos de seqüestro, o Gate dispõe de autonomia para tomar as decisões que considerar mais adequadas a cada momento. É fato que a Secretaria da Segurança se mantém informada sobre as principais ações no âmbito da pasta no Estado, porém as decisões de cada situação local são tomadas pelo oficial que, a cada momento, exerce a função de gerente da crise. Portanto, não tem base a versão de que um suposto "gabinete de crise", do qual esta secretaria e o comando da PM fariam parte, teria negado autorização para realizar um "tiro de neutralização". Tal versão é totalmente equivocada e sem sentido, pois as decisões nessas ações precisam ser tomadas imediatamente diante da oportunidade e conveniência técnica."
ENIO LUCCIOLA , assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública (São Paulo, SP)
ANTONIO NOBRE FOLGADO , promotor de Justiça (São Paulo, SP)
Nota da Redação - Em entrevista gravada, ao ser questionado pela repórter se o gabinete de crise tinha autorizado a invasão, o promotor respondeu: "Não. O tiro dependia de ordem superior; a invasão não".
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