terça-feira, 25 de março de 2008

Reportagem do Estado de SP acusa Record de "pagar" por entrevista

Entrevistas exclusivas devem ser pagas? Nos EUA e Reino Unido a prática é comum.


ed. 23/03/08

Cafetina vive momentos de glória no retorno ao Brasil

MARCELO AULER - Agencia Estado

VITÓRIA (ES) - Condenada pela Justiça americana por explorar a prostituição e por porte de drogas, Andréia Schwartz viveu seus momentos de glória no retorno ao Brasil, sábado passado. A viagem de Nova York a São Paulo, pela American Air Lines, foi na primeira classe, apesar da sua condição de deportada. O luxo, segundo ela, teve a ajuda inicial do "bispo Macedo", da Igreja Universal do Reino de Deus, dona da Rede Record. Em retribuição, foi para este canal de TV sua primeira entrevista, por telefone, do aeroporto de Guarulhos. "Alguns veículos estão me levando a sério, como a Record. O bispo Macedo pagou minha passagem na classe executiva para eu voltar dos Estados Unidos", admitiu nas conversas com jornalistas.

O "up grade" da classe executiva para a primeira classe - na qual viajou ao lado de Pelé, sem que este se desse conta de quem era a companheira de viagem - foi cortesia da companhia aérea. Não foi o único mimo prestado. Para preservá-la, o comandante insistiu diversas vezes ao microfone a proibição aos passageiros da classe comum de passearem pelas demais classes. Parecia um recado ao jornalista do The New York Post que tentava desesperadamente aproximar-se da brasileira.

Andréia embarcou em Nova York com o brasileiro Dival Ramiro. Ele se apresenta para muitos como jornalista free lancer, que vende matérias para o Daily News e para o The New York Times. Mas, usa também no bolso um cartão de visitas no qual aparece como diretor de uma fábrica de bebidas energéticas. Na casa da mãe da cafetina, na semana passada, a identidade dele era outra: policial. O que Ramiro tenta mesmo é intermediar as entrevistas de Andréia com órgãos de imprensa. Para que ela não falasse com os repórteres em Guarulhos, ele desviou sua saída pela sala de embarque e a conduziu a um shopping, onde ela cuidou dos cabelos e das unhas. Andréia admitiu, ontem, que irá contratar um assessor de imprensa. Ela pretende cobrar cachê pelas suas entrevistas a órgãos estrangeiros.

Os momentos de glória da brasileira culminaram com sua chegada ao Espírito Santo. Para evitar a "ameaça" dos jornalistas que desde cedo se postaram no aeroporto de Vitória, a Infraero providenciou que ela descesse do avião direto em um carro, no qual foi levada ao estacionamento externo do aeroporto, sem passar pelo terminal de passageiros. A assessoria de imprensa da Infraero em Vitória só não apontou os riscos que Andréia sofria já que apenas jornalistas a aguardavam às 22h30, quando o avião pousou.

Como manter o foco da entrevista no que lhe interessa divulgar

Foi difícil cavar a reportagem, mas o repórter não pergunta o que você quer divulgar. O que fazer?
Assista a esse vídeo com algumas dicas (em inglês).

Pérolas das assessorias de imprensa

O título do blog já explica para que veio. Aproveite!